Mês é o mês do Celíaco, o seu mês, o meu mês, o nosso mês!
Junto-me ao movimento verde para consciencializar toda a comunidade sobre a doença celíaca.
Em particular quero falar-vos sobre a necessidade em estudar seus familiares diretos.
Sim! Seus pais, seus irmãos, seus filhos podem também ser celíacos!
Há predisposição genética para a doença celíaca. De fato, cerca de 10 a 20 porcento de familiares diretos de celíacos podem vir a ser celíacos.
São 4 os genes que conferem maior risco para doença celíaca. O Fator de maior impacto é o HLA (DQ2 /DQ8) mas, sabemos que existem também outros 39 locus, que têm diferentes polimorfismos, tanto em regiões codificantes, quer não codificantes, e que colaboram para a susceptibilidade genética.
Na prática clínica só estudamos os primeiros. 30 a 40 % da população tem genética de risco. Mas, aproximadamente apenas 1 % é celíaco. Logo não está preconizado o rastreio à população geral mas, apenas aos grupos de risco, nos quais os familiares de risco se encontram à cabeça.
O papel das associações voluntárias de celíacos com a FENACELBRA e a APC, e de movimentos como Maio Verde, são muito importantes para manter comunidade celíaca, e não celíaca atualizadas, e assim contribuírem para diagnóstico precoce. Grupos voluntários nas redes sociais, desde que adequadamente moderados e monitorizados, (como Viva sem Glúten e Viva sem Glúten Portugal), contribuem para aproximar os celíacos e, manter ligação de par, muito importante na gestão de uma doença crónica.
O rastreio de familiares direto é fundamental permitindo diagnóstico precoce e evitar consequências e complicações de doença celíaca não tratada.
Autor: Dra. Ana Pimenta - Médica Hematologista